07/02/2008

Hugo acusa secretário por “fritura"


Membro da executiva estadual do PT e responsável pelos setoriais do partido, incluindo o da Saúde, o ex-vereador Hugo Manso está acusando o secretário-chefe do Gabinete Civil, Wober Júnior (PPS), de ter sido um dos principais articuladores da ‘‘fritura’’ do PT na Secretaria Estadual de Saúde. Hugo disse que, para o PT, a confirmação se deu com a nomeação de Flávio Fernandes Lisboa para a Coordenação Administrativa da secretaria, na semana passada. Até então, ele atuava como coordenador Financeiro do Gabinete Civil. ‘‘Não dá para engolir essa história de que a indicação foi técnica. Flávio Lisboa e Wober são irmãos-siameses, desde os tempos do Marista. Em todos os lugares que Wober passou, Flávio esteve junto’’, afirmou o petista, referindo-se à entrevista de Wober Júnior ao Diário.

‘‘A presença de Flávio Lisboa na Coordenação Administrativa reforça o entendimento que nós tínhamos de que Wober foi a pessoa do governo Wilma que operou politicamente a fritura do PT, que infelizmente contou com a parceria com Adelmaro, formando uma triangulação com Geraldo Ferreira Filho, filiado ao PPS e defensor dos interesses das cooperativas médicas. Nós sabíamos que tinha uma pressão de Geraldo o tempo todo, tentando cada vez mais privatizar os serviços, levando o dinheiro para as cooperativas. A governadora disse que nós precisávamos romper essa lógica, mas nós percebemos que por mais que a governadora tivesse esse empenho, o Gabinete Civil operava no sentido contrário’’, argumentou Hugo Manso.

O ex-vereador disse que o PT suspeitava do envolvimento de Wober Júnior para a saída do partido da Secretaria Estadual de Saúde, alimentando, nos bastidores, embates que se repetiram ao longo da gestão petista. De acordo com Hugo Manso, Geraldo Ferreira Filho, politicamente ligado a Wober, estimulou o confronto dos médicos de especialidades de alta complexidade com a secretaria. ‘‘Nunca se ouviu falar de técnicos de enfermagem, enfermeiros, ASG’s ou outras categorias da saúde que estivessem insatisfeitas. Eram sempre os médicos das cooperativas’’, afirmou.

Hugo Manso acrescentou que o PT não vai compactuar com a visão que o secretário estadual de Saúde Adelmaro Cavalcanti e o Gabinete Civil querem passar de que as coisas não estavam avançando por culpa de ‘‘meia dúzia de petistas’’ que estavam ‘‘embarreirando’’ o trabalho na pasta. O ex-vereador petista informou que a suspensão de atendimento ambulatorial do Hospital Walfredo Gurgel vinha sendo discutida com a prefeitura de Natal e com o Ministério Público há pelo menos seis meses. ‘‘Não foi uma iniciativa tomada por Adelmaro em dez dias, depois da saída do PT, como ele quis passar para a opinião pública. Nós não vamos compactuar com a idéia que Adelmaro quer passar, como chegou a dizer à governadora, de que o problema da saúde era o PT’’, assegurou.

Fonte: Diário de Natal


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