A economia solidária
A construção de um sonho possível
Para a reflexão sobre o tema da Economia Solidária, vamos partir do principio de que a “Cultura é um conjunto acumulado de símbolos, idéias e produtos e materiais associados a um sistema social, seja ele uma sociedade inteira ou uma família” [1].
Teremos que Mencionar que a construção cultural é possuidora de dimensões materiais e imateriais, demonstrando que o conceito de cultura vai além do que produzimos, pois inclui nesse debate as idéias, as atitudes, as crenças, os valores e as normas sociais.
Quando pensamos em Economia partimos do principio, que a economia é um conjunto de dispositivos institucionais através dos quais bens e serviços são produzidos e distribuídos em uma sociedade.
O fato é que “as economias variam segundo diversas dimensões, sua complexidade, a tecnologia, seus valores (cooperação e partilha X exploração e competição), os mercados, e, sobretudo se tomarmos como base a tradição marxista, incluiremos nesse dialogo a estrutura e o controle sobre os meios de produção e sua relação com o conflito de classe.
Segundo o termo de referencia elaborado pelas organizações envolvidas no movimento da Economia Solidária no Brasil, a “Economia solidária corresponde ao conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e credito – organizadas sob a forma de autogestão, isto é, pela propriedade coletiva dos meios de produção de bens ou prestação de serviços e pela participação democrática (uma cabeça, um voto) nas decisões dos membros da organização ou empreendimento”.
Também nos diz que a economia solidária compreende uma diversidade de praticas econômicas e sociais organizadas sob formas de grupos informais, cooperativas, federações e centrais cooperativas, associações, redes de cooperação e complexo cooperativos envolvidos em atividades de produção de bens, nas prestações de serviços, nas finanças, nas trocas, na comercialização e no consumo.
O que observamos é à medida que a economia solidária se apresenta como uma alternativa econômica das populações mais pobres e excluídas do mercado do trabalho, é definida, muitas vezes, como uma Economia Popular Solidária.
O entendimento que vem sendo refletido nos grupos é de que a economia solidária deve ser vista como “uma estratégia de enfrentamento da exclusão e da precarização do trabalho sustentada em formas coletivas de geração de trabalho e renda, articulada aos processos de desenvolvimento locais participativos e sustentáveis”.
Uma dos aspectos fundamentais que caracteriza a economia solidária é a extinção de dois atores sociais da divisão social do trabalho: o “empregado e o patrão”, pois o empreendimento ou organização é administrado por seus trabalhadores de forma democrática e justa.
No folder produzido pela Secretaria Nacional de Economia Solidária, comentam-se outras características como típicas da economia solidária sendo destacadas: o conhecimento sobre a produção, a valorização das relações de cooperação, a distribuição de renda, o fortalecimento do desenvolvimento sustentável e o compromisso com a comunidade.
Podemos trazer pra o debate conceitos de economia comunal que se fundamenta na idéia de que a produção da riqueza está baseada na posse comum e na cooperação, e não na competição e dominação, pois nenhuma pessoa ou grupo pode usar de poder econômico para acumular riqueza ou obter vantagem sobre os demais.
O que nos coloca a economia solidária como um novo jeito de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para se viver, pois é uma pratica regida pelos valores de autogestão, democracia, cooperação, solidariedade, respeito a natureza, pela promoção da dignidade e valorização do trabalho humano, ou seja, um novo jeito de fazer acontecer a economia, o que no contexto de sociedade capitalista neoliberal que vivemos, representa uma mudança cultural, uma ruptura com os valores que sustenta a ideologia desse sistema, onde a valorização do ter é mais importante que o ser, e onde os lucros se concentram nas mãos de poucos.
Dentro da ideologia da economia solidária as pessoas são livres e a distribuição de renda é feita de forma justa e igualitária.
Por: Josiane Bezerra Tibúrcio. – Cientista social e militante do Fórum Potiguar de Economia Solidária, baseado nos materiais de divulgação da idéia elaborados pela SENAES e pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
[1] Dicionário de sociologia – Allan G. Johnson
A construção de um sonho possível
Para a reflexão sobre o tema da Economia Solidária, vamos partir do principio de que a “Cultura é um conjunto acumulado de símbolos, idéias e produtos e materiais associados a um sistema social, seja ele uma sociedade inteira ou uma família” [1].
Teremos que Mencionar que a construção cultural é possuidora de dimensões materiais e imateriais, demonstrando que o conceito de cultura vai além do que produzimos, pois inclui nesse debate as idéias, as atitudes, as crenças, os valores e as normas sociais.
Quando pensamos em Economia partimos do principio, que a economia é um conjunto de dispositivos institucionais através dos quais bens e serviços são produzidos e distribuídos em uma sociedade.
O fato é que “as economias variam segundo diversas dimensões, sua complexidade, a tecnologia, seus valores (cooperação e partilha X exploração e competição), os mercados, e, sobretudo se tomarmos como base a tradição marxista, incluiremos nesse dialogo a estrutura e o controle sobre os meios de produção e sua relação com o conflito de classe.
Segundo o termo de referencia elaborado pelas organizações envolvidas no movimento da Economia Solidária no Brasil, a “Economia solidária corresponde ao conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e credito – organizadas sob a forma de autogestão, isto é, pela propriedade coletiva dos meios de produção de bens ou prestação de serviços e pela participação democrática (uma cabeça, um voto) nas decisões dos membros da organização ou empreendimento”.
Também nos diz que a economia solidária compreende uma diversidade de praticas econômicas e sociais organizadas sob formas de grupos informais, cooperativas, federações e centrais cooperativas, associações, redes de cooperação e complexo cooperativos envolvidos em atividades de produção de bens, nas prestações de serviços, nas finanças, nas trocas, na comercialização e no consumo.
O que observamos é à medida que a economia solidária se apresenta como uma alternativa econômica das populações mais pobres e excluídas do mercado do trabalho, é definida, muitas vezes, como uma Economia Popular Solidária.
O entendimento que vem sendo refletido nos grupos é de que a economia solidária deve ser vista como “uma estratégia de enfrentamento da exclusão e da precarização do trabalho sustentada em formas coletivas de geração de trabalho e renda, articulada aos processos de desenvolvimento locais participativos e sustentáveis”.
Uma dos aspectos fundamentais que caracteriza a economia solidária é a extinção de dois atores sociais da divisão social do trabalho: o “empregado e o patrão”, pois o empreendimento ou organização é administrado por seus trabalhadores de forma democrática e justa.
No folder produzido pela Secretaria Nacional de Economia Solidária, comentam-se outras características como típicas da economia solidária sendo destacadas: o conhecimento sobre a produção, a valorização das relações de cooperação, a distribuição de renda, o fortalecimento do desenvolvimento sustentável e o compromisso com a comunidade.
Podemos trazer pra o debate conceitos de economia comunal que se fundamenta na idéia de que a produção da riqueza está baseada na posse comum e na cooperação, e não na competição e dominação, pois nenhuma pessoa ou grupo pode usar de poder econômico para acumular riqueza ou obter vantagem sobre os demais.
O que nos coloca a economia solidária como um novo jeito de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para se viver, pois é uma pratica regida pelos valores de autogestão, democracia, cooperação, solidariedade, respeito a natureza, pela promoção da dignidade e valorização do trabalho humano, ou seja, um novo jeito de fazer acontecer a economia, o que no contexto de sociedade capitalista neoliberal que vivemos, representa uma mudança cultural, uma ruptura com os valores que sustenta a ideologia desse sistema, onde a valorização do ter é mais importante que o ser, e onde os lucros se concentram nas mãos de poucos.
Dentro da ideologia da economia solidária as pessoas são livres e a distribuição de renda é feita de forma justa e igualitária.
Por: Josiane Bezerra Tibúrcio. – Cientista social e militante do Fórum Potiguar de Economia Solidária, baseado nos materiais de divulgação da idéia elaborados pela SENAES e pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
[1] Dicionário de sociologia – Allan G. Johnson
Nenhum comentário:
Postar um comentário