22/06/2009

VEM AÍ O PAC DO NORDESTE


Muito em breve haverá um grande e bem-vindo anúncio com relação ao Nordeste.
A idéia é juntar os projetos estruturais já em curso e acrescentar mais alguns,uma espécie de PAC Nordeste que irá revolucionar social e economicamente a Região nos próximos 10 anos e, se continuado, poderá tornar a renda per capita da região mais próxima à média nacional no espaço de uma geração.

Finalmente teremos um conjunto coerente de projetos muito afinados com a visão de Celso Furtado.

Se Dilma fosse a tocadora de projetos do governo desde 2003, talvez Furtado não tivesse morrido tão desanimado em novembro de 2004.

Além do BNDES e BNB, o documento-proposta já está sendo discutido por técnicos de alguns ministérios e algumas universidades.

O objetivo é dar organicidade aos projetos econômicos para o Nordeste, com uma visão moderna inspirada na Operação Nordeste de Celso Furtado e que foi base para o desenho da SUDENE (que como você sabe, foi muito bem sucedida nos primeiros anos quando ainda mantinha esses princípios originais).

Os seguintes projetos são extremamente sinérgicos e vão revolucionar a economia e a sociedade nordestina:

Indústrias Centrais (metal-mecânica, eletrônica e química) nas Concentrações Populacionais
(regiões metropolitanas e Zona da Mata e Agreste setentrionais) -Mega Refinarias em Suape (PE), Pecém (CE) e Barcarena (MA) Estaleiro Suape.

Duplicação da 101 e das rodovias que ligam algumas capitais às principais cidades do agreste de seus estados – Campina Grande e Caruaru (o transporte fácil e rápido de pessoas é fundamental para essas indústrias, pois há permanente troca de conhecimento tácito) IFETs especializados nessas indústrias (antigos Cefet) para fortalecer a capacitação dos trabalhadores.

Siderúrgica e Porto de Pecém

Falta apenas o apoio a uma montadora na Região do Recife e outra em Fortaleza para dinamizar essas regiões (incluindo Salvador, com 3 montadoras nas principais regiões metropolitanas da região, o Nordeste poderia alcançaria o Sul-Sudeste em base técnica-industrial, geração de renda e capacitação do trabalho e a partir daí entrar em um novo ciclo de desenvolvimento)

Indústrias Pioneiras (tradicionais, têxtil, calçados móveis, alimentos, agricultura irrigada) e no interior

Ferrovia Transnordestina (aproveitando a ligação com as regiões produtoras de matérias-primas dos cerrados à capacidade de trabalho do sertanejo e à logística de portos e consumo do Nordeste)

Transposição do São Francisco (talvez o projeto de desenvolvimento mais inteligente já imaginado na América Latina e um dos de menor impacto ambiental. Água é condição básica para viabilidade de atividades urbanas modernas, agricultura e indústrias pioneiras. A transposição tem um traçado que se aproxima da Transnordestina e oferece água exatamente para as regiões mais densamente povoadas do interior do Nordeste e mesmo do interior Brasil)

IFETs especializados nessas indústrias (antigos Cefet) para fortalecer a capacitação dos trabalhadores

Apoios diversos à criação de quatro macropólos que viabilizarão a rede de serviços necessária à economia moderna para toda região da Caatinga distante do litoral: Crajuba (Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha) + Cariri Paraibano, Petroju (Petrolina + Juazeiro) Teresina e Irecê.

Ferrovia Lesta-Oeste na Bahia (mesmos efeitos da Transnordestina, mas focada na Bahia)
A continuidade da atual política social e educacional conjugada com esses projetos dentro da lógica de instalação de mega-complexos de Indústrias Centrais nas principais regiões metropolitanas com rede de cidades de apoio para fornecimento de componentes na Zona da Mata e Agreste (e provavelmente também um pouco no Crajuba/Cariri), e a viabilização de instalação de modernas indústrias pioneiras na região da caatinga, poderá fazer a renda Nordestina dar um grande salto e alcançar em uma geração a renda média brasileira (se a Sudene tivesse mantido os princípios de Furtado desde o início, isso já teria acontecido, porque capacidade de trabalho não falta no Nordeste).

E isso é só uma modernização das propostas de Celso Furtado, que estavam meio esquecidas na orientação teórica das políticas públicas, e que buscamos resgatá-las. E com isso vimos que o PAC Nordeste tem tudo haver com o Furtado.

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