Movidos pela mística que embalou os 5 dias de Congresso da PJMP – Pastoral da Juventude do Meio Popular no Santuário do Bom Jesus da Lapa às margens do rio São Francisco, mais de 4000 jovens disseram não a Transposição do rio São Francisco. Estes jovens vieram de várias partes do Brasil, e o objetivo era celebrar os 30 anos de história e vida desta pastoral que fez e faz história no Meio Popular.
Foram momentos marcantes de trocas de conhecimento, que foram animados pela fé em um Mundo mais justo e humano. No momento em que milhares de pessoas se reúnem em Belém no Fórum Social Mundial, os jovens organizados na PJMP dão um grande exemplo de esperança, e mostram que estão em sintonia com as lutas por uma nova sociedade. Muitos destes jovens participaram de uma atividade como o Congresso pela primeira vez, mas percebe-se que todos saíram da Lapa com o coração preenchido e com a consciência de que só a luta muda a vida e de que um outro Mundo é possível.
Dentre os importantes momentos do Congresso, a realização das oficinas temáticas foi um espaço especial, onde os jovens puderam debater temas como: ética, trabalho, meio ambiente, São Francisco, a história da PJMP, cultura dentre outros. Ricos espaços de troca dos conhecimentos trazidos por cada jovem, e que aqui se somaram a realidade da Bacia do São Francisco com suas contradições e riquezas.
As culturais sempre muito animadas fizeram com que os jovens percebessem a importância da Festa para as lutas no Meio Popular. Foram muitos os artistas que se apresentaram e o ambiente festivo foi do Rock franciscano da Banda Mourão de Previntina, passando pelo Coco de Embolada de Pernambuco as belas canções de Paulo Gabiru e Juraildes da Cruz, a participação dos artistas Lapenses merece destaque e o belo show da Banda Fé e Axé fez todos pularem ao som do “Ileaô, Ileaô a Juventude é a Bandeira do Amor...”.
Hoje com muita animação e sem medo do sol forte, mais de 4000 jovens tomaram as ruas de Bom Jesus da Lapa apresentando a população a síntese do que foram os 5 dias de Congresso. O que se via era o compromisso assumido e a esperança de que a PJMP continue firme na caminhada, com o ideal histórico com que foi criada há 30 anos. A caminhada levou os jovens a ponte sobre o rio São Francisco, onde com palavras de ordem e muita animação apresentou-se os sonhos destes jovens e o repúdio aos inúmeros ataques a juventude, além do forte grito contrário a Transposição do São Francisco. Num ato de fé os jovens doaram um “gole d`água” ao rio que sofre com inúmeras mazelas.
O Congresso se encerra, mas a esperança de que a juventude organizada é instrumento de transformação está mais reforçada e a PJMP com os seus 30 anos de história mais madura e fortalecida. Como se sabe “o caminho se faz ao caminhar” e é com este espírito que os jovens saem da Lapa e retornam para as suas bases a fim de colocar em prática os ideais traçados neste Congresso. O tripé: “Muita luta, Muita reza e Muita Festa”soma-se ao lema “Está é a nossa conduta: é luta, é luta, é luta...” e orienta os jovens na práxis do trabalho no meio popular.
Samuel Britto, Comissão Pastoral da Terra da Bahia – Projeto São Francisco – CPP/CPT
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