29/09/2009

"PARNAMIRIM TERÁ SEU TEATRO NO QUE DEPENDER DE MIM", AFIRMA FÁTIMA BEZERRA


Na última segunda feira (28), na conferência Municipal de cultura, a Deputada Fátima Bezerra afirmou que irá ajudar a Prefeitura de Parnamirim a construir seu Teatro Municipal. Fátima, aliás, já conseguiu os recursos necessários para garantir a construção de uma unidade do IFET na cidade. A deputada tem retribuído aos parnamirinenses a expressiva votação que a fez a deputada mais votada da cidade.

CIRO GOMES PODE FICAR ISOLADO




Com uma série de declarações estampadas nos jornais de hoje, o ministro Carlos Lupi - presidente nacional licenciado do PDT - coloca uma pedra nas notícias veiculadas nos últimos dias, que anunciavam articulações no sentido de o seu partido compor, indicando o vice, a chapa à presidência da República encabeçada pelo deputado Ciro Gomes (PSB-CE).

"O Ciro cometeu um ato de gentileza", desconversou o ministro, afirmando não ser o momento para discutir candidatura. "Sou da base aliada do presidente. Eu não farei absolutamente nada para dividir o palanque. Considero fundamental a continuidade do governo Lula. E o presidente já informou que a candidata dele é Dilma Rousseff”, completou.  

“Na minha modesta avaliação - prosseguiu - nós temos de ter candidatura única em torno daqueles que o presidente Lula julga ser mais importantes para dar continuidade ao seu governo.”

PC do B também não dá sinais de apoiá-lo


A exemplo do PDT, o PC do B também não dá sinais de que marchará com Ciro, o mais provável é que o PSB, se oficializar sua candidatura, fique sozinho na disputa, com um tempo mínimo de TV e sem aliados e palanques estaduais de peso, capilaridade nos Estados e municípios, bancada de parlamentares, prefeitos e governadores.
 
Esse problema dos palanques nos Estados não é nada fácil de resolver sem enfraquecer os atuais governadores do PSB e do PT.

O dia 3 se aproxima. Vamos ver qual será a decisão do PSB com relação à transferência do domicílio eleitoral de Ciro para São Paulo, abrindo a possibilidade - que ele até agora rejeita - de ser candidato a governador do Estado, apoiado pelo PT, PDT, PC do B e por outros partidos.

PARNAMIRIM ASSUME COMPROMISSO COM A CULTURA EM CONFERÊNCIA MUNICIPAL


 Após as oficinas temáticas, os grupos da 2ª Conferência Municipal de Cultura de Parnamirim, realizada nesta segunda-feira (28), no auditório da Escola Augusto Severo, foram apresentadas propostas e escolhidos os delegados que irão representar o município durante o encontro a nível estadual em dezembro.
As propostas foram extraídas das seguintes temáticas: produção simbólica e diversidade cultural apresentada pelo professor Nestor Lima Filho; Cultura, Cidade e Cidadania pelo cordelista José Acaci; Cultura e Desenvolvimento Sustentável pelo maestro Paulo Ritzel, da Fundação Parnamirim de Cultura; Cultura e Economia Criativa, jornalista Claudio Gomes, da Fundação Parnamirim de Cultura e Gestão e Institucionalidade da Cultura, a cargo de Sérgio Luiz Câmara Ribeiro, do Instituto Pium de Cultura.
Dentre as muitas propostas apresentadas, as que serão levadas ao plenário da conferência estadual versam sobre criação de espaço cultural de multiuso e de pontos centralizados nos diversos bairros para manter ativa as manifestações artísticas. Criação de programas de pesquisas sobre os grupos culturais atuantes de todas as comunidades;  formalização de agenda integrada aos programas da Secretaria de Educação e Fundação Parnamirim de Cultura, incluindo neste item um seminário de cultura popular.
Também instalações de centros de convivência cultural nos distritos (incluindo ciganos e quilombolas) e de um Conselho de Cultural e calendário para divulgação das atividades culturais; criação de lei de incentivo fiscal a projetos culturais; criação e apoio a cooperativas, associações e institutos e outros órgãos gestores produtores artístico-culturais; inventário cultural para incentivar a cadeia produtiva das artes integradas do município e ainda o acesso e participação de uma regional de polos culturais.
Ao final da conferência, a presidente da fundação, Vandilma Oliveira anunciou os delegados escolhidos por parte do sistema governamental e da sociedade civil. Os indicados deverão encaminhar à Fundação Parnamirim de Cultura, os documentos exigidos para serem enviados à Fundação José Augusto e após ao Ministério da Cultura. A conferência a nível nacional ocorrerá próximo mês de março em Brasília. Da parte governamental foram escolhidos: vereadoras Elienai Cartaxo e Kátia Cavalcanti; Josiane Bezerra: Assistência Social; Educação: Padre Miguel; Cultura: Vandilma Oliveira e suplente Claudio Gomes.
Solicitada pela deputada federal Fátima Bezerra sobre os principais pontos culturais a serem levados como sugestão ao Ministério da Cultura, a presidente da fundação indicou Pium (já existente) e mais as comunidades cigana e quilombola de Moita Verde.

O PAC MUDANDO A VIDA DO POVO PIAUIENSE


 É um típico fim de tarde de setembro em Teresina. Sob o calor que sobrou dos quase quarenta graus do meio-dia, centenas de homens pegam suas bicicletas no ainda isolado bairro de Santa Maria do Codipi. Eventuais carros precisam se desviar. Contra um horizonte vermelho e laranja, as sombras compridas dos ciclistas dominam o chão de terra e o asfalto, rumo à região mais central da capital piauiense, perto de onde as bicicletas se espalharão para destinos diversos, em um movimento que lembra a de um amontoado de bolas de gude atingido em cheio.


 Clemilton Cardoso da Rocha é um dos homens que integra este movimento. Desde maio ele faz parte da massa de trabalhadores que levanta 4,3 mil casas populares do Jacinta Andrade, maior conjunto de moradias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mesmo sem nenhuma experiência na construção civil, conseguiu a vaga após uma procura de três meses. Ele trabalhava no setor de almoxarifado e agora é apontador de uma das construtoras do Jacinta Andrade - ele administra o estoque do material de construção e, ao lado de outros quatro apontadores, o trabalho de 700 homens.


No meio da poeira que se levanta de um chão praticamente sem chuvas desde julho, ele está satisfeito. Seu salário é 30% maior do que recebia antes e ele considera a nova área promissora. "Agora só não trabalha quem não quer. Está até difícil arranjar pedreiro", diz, referindo-se à profusão de obras em Teresina. "Aqui tem muita gente que assinou a carteira de trabalho pela primeira vez na vida."


Rocha integra o batalhão de 11 mil trabalhadores que fazem casas brotar do chão não só em Teresina, mas por todo o Piauí. As casas populares são apenas uma das prioridades dos cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos públicos totais no Estado previstos para 2009. O valor inclui não só recursos estaduais como de terceiros, inclusive do governo federal. De 2003 a 2008 o Piauí teve o maior crescimento relativo nos investimentos públicos entre todos os Estados.


José Gomes, diretor do sindicato dos trabalhadores da construção civil no Piauí, conta que até o ano passado a média salarial para pedreiros era de R$ 600 em Teresina. Atualmente, está entre R$ 800 e R$ 900. Mudou também a perspectiva de permanência no emprego. Antes, diz ele, os trabalhos duravam em média 90 dias,  "Agora as pessoas são contratadas para 12 ou 14 meses". "Estamos no paraíso", diz.


Com 4,5 mil habitantes e acostumada a ver seus filhos saírem em busca de oportunidades em outros locais, Jatobá está até atraindo profissionais de outras cidades piauienses. É o caso do mestre de obras Paulo Afonso dos Santos, que mora em Teresina e desde dezembro trabalha na construção da nova escola de Jatobá, comandando um total de 18 trabalhadores.





A movimentação da cidade despertou o tino comercial de alguns moradores. Diego Oliveira dos Santos ignorou as poucas notícias que teve sobre os impactos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira e abriu em maio uma casa de materiais de construção. "Abri um negócio porque a cidade está se desenvolvendo. As pessoas estão todas construindo ou reformando suas casas", conta. Ele deve concorrer com uma loja de material de construção já tradicional na cidade, mas acredita que há mercado para ele também. "As pessoas antes viviam de bicos e agora estão tendo empregos mais permanentes", conta.


Em Jatobá não é somente a construção de casas no núcleo urbano que está gerando maior disponibilidade de renda, explica Valmir Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Ele conta que o programa estadual de assentamentos, que hoje alcança cerca de 150 famílias espalhadas em seis áreas do município, fixou à terra os jatobaenses. O programa Crédito Fundiário fornece além de terras e construção de uma casa, eletrificação, água e estímulo voltado principalmente ao cultivo de melancia, o que trouxe renda adicional para quem vivia da subsistência.

 No Estado com o terceiro pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, o Bolsa Família tem presença forte. São 380 mil famílias beneficiadas em todo o Piauí. "O salário mínimo e o Bolsa Família fizeram muita diferença para o Estado", reconhece o secretário de Fazenda, Antonio Neto.


Por enquanto, cada um faz, a seu modo, sua aposta para o futuro. Recém-instalada em uma das casas do conjunto Nova Therezina, integrante das obras do PAC, Maria Helena Pereira Dutra já abriu seu salão de beleza - R$ 3 o corte -, onde fatura mensalmente dois salários mínimos. Paga pela casa financiada R$ 30 mensais - 75 parcelas no total. Antes de ir para a casa nova, em julho, Maria Helena morava em uma área de risco no bairro de Vila Cidade Leste, "no alto de um morro que desabou e levou a casa junto". No salão antigo, faturava um pouco mais, mas sobrava menos, porque gastava R$ 450 de aluguel. Ela aproveitou o dinheiro extra para comprar escovas e até novembro quer comprar cadeira e espelho para o salão.

 Não muito longe dali, a comerciante Yane Maria Barbosa da Silva foi rápida ao perceber a oportunidade criada com a contratação de centenas de homens no Jacinta Andrade. Abriu em junho um restaurante que fornece quentinhas para os pedreiros. As marmitas custam entre R$ 3,50 e R$ 4 e o preço é acertado diretamente com a construtora. No começo, diz, eram 20 a 30 marmitas por dia. "Agora eu vendo 150 por dia", conta, animada. Nos últimos três meses ela contratou quatro pessoas que começam a trabalhar às seis da manhã para conseguir entregar, às 11h30, o arroz e feijão que vai sustentar um dia de trabalho pesado. . "Acho que Teresina está crescendo. Porque o Piauí está para o Brasil como o Brasil está para o mundo", resume, animada com sua cidade, seu Estado e seu país.












Obras públicas mudam rotina do pobre Piauí

É um típico fim de tarde de setembro em Teresina. Sob o calor que sobrou dos quase quarenta graus do meio-dia, centenas de homens pegam suas bicicletas no ainda isolado bairro de Santa Maria do Codipi.


Clemilton Cardoso da Rocha é um dos homens que integra este movimento. Desde maio ele faz parte da massa de trabalhadores que levanta 4,3 mil casas populares do Jacinta Andrade, maior conjunto de moradias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mesmo sem nenhuma experiência na construção civil, conseguiu a vaga após uma procura de três meses. Ele trabalhava no setor de almoxarifado e agora é apontador de uma das construtoras do Jacinta Andrade - ele administra o estoque do material de construção e, ao lado de outros quatro apontadores, o trabalho de 700 homens.

No meio da poeira que se levanta de um chão praticamente sem chuvas desde julho, ele está satisfeito. Seu salário é 30% maior do que recebia antes e ele considera a nova área promissora. "Agora só não trabalha quem não quer. Está até difícil arranjar pedreiro", diz, referindo-se à profusão de obras em Teresina. "Aqui tem muita gente que assinou a carteira de trabalho pela primeira vez na vida."

Rocha integra o batalhão de 11 mil trabalhadores que fazem casas brotar do chão não só em Teresina, mas por todo o Piauí. As casas populares são apenas uma das prioridades dos cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos públicos totais no Estado previstos para 2009.

O conjunto Jacinta Andrade é apenas um dos empreendimentos gerados com investimento público. Quem procura o Jacinta esbarra fatalmente em outros conjuntos de casas populares, seja ligados a programas federais como o PAC ou o Minha Casa, Minha Vida, seja de convênios do governo estadual com a Caixa Econômica Federal.

José Gomes, diretor do sindicato dos trabalhadores da construção civil no Piauí, conta que até o ano passado a média salarial para pedreiros era de R$ 600 em Teresina. Atualmente, está entre R$ 800 e R$ 900. Mudou também a perspectiva de permanência no emprego. Antes, diz ele, os trabalhos duravam em média 90 dias. Agora as pessoas são contratadas para 12 ou 14 meses. "Estamos no paraíso", diz.

Com 4,5 mil habitantes e acostumada a ver seus filhos saírem em busca de oportunidades em outros locais, Jatobá está até atraindo profissionais de outras cidades piauienses. É o caso do mestre de obras Paulo Afonso dos Santos, que mora em Teresina e desde dezembro trabalha na construção da nova escola de Jatobá, comandando um total de 18 trabalhadores. Antes de Jatobá, Santos esteve por seis meses em Simplício Mendes, na construção de um ginásio poliesportivo público. "Nos últimos cinco meses tenho trabalhado praticamente em obras públicas", diz.

No Estado com o terceiro pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, o Bolsa Família tem presença forte. São 380 mil famílias beneficiadas em todo o Piauí. "O salário mínimo e o Bolsa Família fizeram muita diferença para o Estado".

Por enquanto, cada um faz, a seu modo, sua aposta para o futuro. Recém-instalada em uma das casas do conjunto Nova Therezina, integrante das obras do PAC, Maria Helena Pereira Dutra já abriu seu salão de beleza - R$ 3 o corte -, onde fatura mensalmente dois salários mínimos. Paga pela casa financiada R$ 30 mensais - 75 parcelas no total. Antes de ir para a casa nova, em julho, Maria Helena morava em uma área de risco no bairro de Vila Cidade Leste, "no alto de um morro que desabou e levou a casa junto". No salão antigo, faturava um pouco mais, mas sobrava menos, porque gastava R$ 450 de aluguel. Ela aproveitou o dinheiro extra para comprar escovas e até novembro quer comprar cadeira e espelho para o salão.


Não muito longe dali, a comerciante Yane Maria Barbosa da Silva foi rápida ao perceber a oportunidade criada com a contratação de centenas de homens no Jacinta Andrade. Abriu em junho um restaurante que fornece quentinhas para os pedreiros. As marmitas custam entre R$ 3,50 e R$ 4 e o preço é acertado diretamente com a construtora. No começo, diz, eram 20 a 30 marmitas por dia. "Agora eu vendo 150 por dia", conta, animada. Nos últimos três meses ela contratou quatro pessoas que começam a trabalhar às seis da manhã para conseguir entregar, às 11h30, o arroz e feijão que vai sustentar um dia de trabalho pesado.  "Acho que Teresina está crescendo. Porque o Piauí está para o Brasil como o Brasil está para o mundo", resume, animada com sua cidade, seu Estado e seu país.


25/09/2009

HONDURAS - IMAGENS REVELAM QUE CRESÇE A RESISTÊNCIA AO GOLPE






PRESTIGIO INTERNACIONAL DE LULA E DO BRASIL NÃO PARA DE CRESÇER


"Crise em Honduras reforça diplomacia 'sul-sul' de Lula, diz jornal"
Diz jornal suiço.

A crise política em Honduras mostra que a chamada "diplomacia sul-sul" do Brasil está ganhando força, diz o jornal suíço "Le Temps", em sua edição desta quinta-feira (24).


"Ao pedir asilo ao Brasil, (o presidente deposto hondurenho Manuel) Zelaya indicou que está apostando todas as suas fichas no único país que ele acredita que vai devolvê-lo à Presidência", afirma o jornal. "É a prova tangível de uma mudança de eixo de poderes na região."

O "Le Temps" lembra que recentemente o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil vai se tornar uma grande potência no século XXI. "Ele aperta a mão de Gordon Brown, de Nicolas Sarkozy, da Rainha Elizabeth 2ª, entre outros. E em abril Barack Obama disse que ele 'é o cara'."

"Mas é no hemisfério sul que Lula tece sua teia", diz o jornal, citando que o presidente visitou 45 países nos últimos 30 meses e que, desde 2003, o Brasil abriu 35 novas embaixadas no exterior, a maioria na África e no Caribe.

A revista Newsweek tabém exibiu o Presidente em uma de suas capas no mês de setembro.

Lula já havia aparecido na capa da revista há menos de um mês


A revista afirma que...

O Brasil vem se transformando na última década em uma potência regional única, ao se tornar uma sólida democracia de livre mercado, uma rara ilha de estabilidade em uma região conturbada e governada pelo Estado de direito ao invés dos caprichos dos autocratas. A afirmação é feita em artigo publicado na última edição internacional da revista americana Newsweek………………….


………..Segundo a revista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “preside uma superpotência astuta como nenhum outro gigante emergente”.

O artigo foi publicado menos de um mês após Lula ter aparecido na capa da Newsweek, com uma entrevista exclusiva à revista após seu encontro com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.

20/09/2009

"Só tupiniquim usa tese falida do Estado mínimo", diz Dilma

Para ministra, quem defende mercado como solução para tudo está "contra a realidade'

Petista diz que Lula "não pode dar uma opiniãozinha que é intervencionista", mas aceita rótulo de que governo é "nacionalista e estatizante" 






VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA 


Candidata à Presidência em 2010, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) diz que o Estado mínimo é uma "tese falida", que "só os tupiniquins" aplicam. Em sua opinião, quem defendia que o mercado solucionava tudo "está contra a corrente" e "contra a realidade". Principal auxiliar do presidente Lula, escolhida por ele para ser a candidata à sua sucessão, Dilma sai em defesa do chefe diante das críticas de que ele adotou uma política "intervencionista e estatizante". 




"Os empresários podem falar o que quiserem, que é democrático. O presidente da República não pode dar uma opiniãozinha que é intervencionista. Diríamos assim, não é justo", protestou Dilma, num tom exaltado, em entrevista à Folha, na última quinta-feira, em seu gabinete, todo ornamentado com imagens de santos. 

Bem-humorada, a ministra afirmou não aceitar a pecha de "intervencionista", mas não escondeu o sorriso ao dizer que "aceita" e "concorda" que o governo Lula seja classificado de nacionalista e estatizante.



"Esse país não pode ter vergonha mais de ser patriota" ou "que história é essa de nacionalista ser xingamento?" foram algumas de suas frases, sinalizando o tom que os petistas devem usar na disputa de 2010. Apesar de refutar a classificação de intervencionista, ela, a exemplo de Lula, cobra da Vale, uma empresa privada, maior compromisso com o país. "É uma empresa privada delicada", que não pode sair por aí "explorando recursos naturais do país e não devolver nada". 

FOLHA - O ex-presidente FHC disse que é preciso fazer um país mais aberto, não ter uma pessoa só que manda, porque hoje parece que o Brasil depende de um homem só. O que a sra. acha?
DILMA ROUSSEFF
 - A quem ele está se referindo?
FOLHA - Ao presidente Lula.
DILMA 
- Se você acha isso, eu não tenho certeza. Se tem um presidente democrático, é o presidente Lula. Agora, ele jamais abrirá mão de suas obrigações. Entre as obrigações está mandar algumas coisas. Por exemplo, fazer o Bolsa Família. Ele mandou que não fizéssemos aventura nenhuma com a taxa de inflação.
FOLHA - A declaração de FHC embute a análise de que no governo Lula houve uma maior intervenção na economia, nas estatais, na vida das empresas.
DILMA 
- Tinha gente torcendo para ficarmos de braços cruzados na crise. Diziam: "o governo Lula sempre deu certo, mas nunca enfrentou uma crise internacional". Apareceu a maior crise dos últimos tempos, que estamos superando. Eu acho que quem defendia que o mercado solucionava tudo, o mercado provê, é capaz de legislar e garantir, está contra a corrente e contra a realidade. O que se viu no mundo nos últimos tempos é que a tese do Estado mínimo é uma tese falida, ninguém aplica, só os tupiniquins. Nós somos extremamente a favor do Estado que induz o crescimento, o desenvolvimento, que planeja.

FOLHA - Pela declaração do ex-presidente, a sra. avalia que eles não teriam seguido a mesma receita de vocês nessa crise?
DILMA
 - Eu não gosto de polemizar com um presidente, porque ele tem outro patamar. Agora, os que apostam e ficam numa discussão, que, além de enfadonha, é estéril, de que há uma oposição entre iniciativa privada e governo, gostam de discussão fundamentalista. É primário ficar nessa discussão de que o governo, para não ser chamado de intervencionista, seja um governo omisso, de braços cruzados, que não se interessa por resolver as questões da pobreza nem do desenvolvimento econômico.


FOLHA - Quais são os pontos positivos que o governo Lula poderá apresentar durante a campanha eleitoral, em 2010?
DILMA ROUSSEFF
 - Eu acho que três, que vamos deixar de legado. Crescimento econômico, inflação sob controle e o fato de termos elevado à classe média milhões de brasileiros. Outro dia, o último dado dava quase 25 milhões de pessoas. Criamos uma rede de proteção para os mais pobres, fizemos uma transformação da educação básica. Tem ainda a questão das escolas técnicas, esse orgulho do presidente de ser quem mais criou universidades no Brasil. O JK criou 10, ele criou 11.

FOLHA - Duas não vinham do governo FHC?
DILMA
 - Tem mais três no Congresso. Tem o PAC. E tem mais uma coisa, a questão da nossa soberania, o fato de termos sido capazes, mantendo a nossa soberania, de ter uma política externa de diversificação de parceiros. O Brasil acabou com a submissão que tínhamos aos Estados Unidos, à Europa, e passou a ser um "player" internacional. E o presidente fez isso magistralmente. Essas coisas produzem, no Brasil e no governo, a respeitabilidade internacional. Eu acho que essa autoestima nós conseguimos passar para a população. Hoje nós não temos mais aquilo que o Nelson Rodrigues chamava de complexo de vira-latas. Eu acho que o Brasil mudou. E acho que as pessoas sabem disso.

Leia a entrevista completa aquí
 http://notebook.zoho.com/nb/public/luisnassif/page/224186000000031025?nocover=true

16/09/2009

Fátima Bezerra acompanha Professores em manifestação em Brasília pela implantação da Lei do Piso Salarial



Foto: Divulgação
Fátima Bezerra participou da manifestação dos professores em Brasília


Centenas de trabalhadores da educação fizeram manifestação hoje, em Brasília, para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeição da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) apresentada contra o Piso Nacional dos Professores (Lei 11.738 de 2008) por cinco governadores.

Lei do Piso estabelece que nenhum professor da rede pública poderá receber menos de R$ 950,00 por uma carga horária de até 40 horas semanais.

Em dezembro do ano passado, o STF rejeitou parcialmente o pedido de liminar por meio do qual os cinco estados pretendiam suspender a entrada em vigor do piso, mas ainda não houve julgamento de mérito.

Os professores alegam que em razão disso há estados e municípios descumprindo a Lei do Piso e pagando menos aos profissionais da educação.

A Frente Parlamentar em Defesa do Piso dos Professores, coordenada pela deputada Fátima Bezerra, e a CNTE têm se reunido com os ministros do STF para defender a manutenção integral da Lei do Piso no julgamento de mérito. `

Várias audiências têm sido realizadas. A próxima reunião será com o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, no próximo dia 22.

Segundo Fátima, a Frente defende o retorno do conceito de Piso Salarial que deve ter como referência o vencimento básico e não a remuneração (que inclui gratificações e vantagens.

14/09/2009

FÁTIMA BEZERRA PRESTIGIA FILIAÇÃO DE AGNELO AO PDT

O Evento de filiação do Ex-Prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves ao PDT foi prestigiado por várias figuras políticas do estado na manhã do último sábado (12), tais como o deputado Álvaro Dias, presidente estadual do PDT; o prefeito Maurício Marques; o ex-prefeito Carlos Eduardo além de vereadores.
A única deputada federal presente foi Fátima Bezerra. Fátima afirmou que via com muita simpatia o ingresso de Agnelo no PDT que é um partido historicamente ligado ao Governo Lula.

Fátima e os demais representantes do PT no Rio Grande do Norte têm trabalhado para unir a base do presidente do Lula. “Eu espero que essa aliança se estenda ao plano local”.

Entre os partidos que compõem a base do governo federal, no estado, o PDT tem feito oposição ao governo Wilma de Faria que é do PSB.

10/09/2009

Programa "Minha Casa, Minha Vida em Parnamirim: Servidores terão preferência

Os servidores da Prefeitura de Parnamirim terão preferência na compra de casas do Residencial Vale do Taborda, na Cohabinal, onde será construído o prédio para abrigar o núcleo de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN, antigo Cefet). São 168 residências destinadas aos funcionários do Executivo.

De acordo com o secretário de Habitação, Homero Grec, a Prefeitura foi quem vislumbrou a possibilidade de oferecer a realização do sonho da casa própria a seus servidores e diante disso solicitou à construtora Borges e Santos Ltda (responsável pelo empreendimento) a prioridade de inscrição nesse empreendimento nos primeiros 45 dias, que começou a ser contado desde quarta-feira 02/09. 

A modalidade escolhida exige que o mutuário apresente uma renda familiar mínima de R$ 1.350,00. “Essa modalidade a que serão submetidos os servidores permite a livre comercialização entre o construtor e o mutuário final”, explicou o secretário.

Os servidores poderão procurar a LL Imóveis (contratada pela construtora Borges e Santos Ltda) ou o balcão de atendimento na tenda da imobiliária montada no Centro Administrativo. As casas têm preço estimado de R$ 71 mil, mas o comprador poderá ganhar um subsídio até R$ 17 mil do governo federal, dependendo dos rendimentos mensais. O saldo poderá ser financiado totalmente pela Caixa Econômica Federal. As prestações são decrescentes. Não há sinal, nem balões, nem chaves.

As casas têm três quartos, sala para dois ambientes, cozinha, WC social e área construída de 62,18 metros quadrados. Após os 45 dias, as unidades serão comercializadas normalmente .

Como se trata de empreendimento financiado com recursos do programa Minha Casa Minha Vida, para adquirir este imóvel o interessado deve ter renda familiar entre R$ 1.350,00 e dez salários mínimos. Devem ainda ser observadas algumas condições. Por exemplo. O interessado não pode ser detentor de financiamento ativo nas condições do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) em qualquer parte do país. Também não pode ter recebido, a partir de 1º de maio de 2005, desconto concedido pelo FGTS na concessão de financiamento habitacional. Uma outra condição é não ser proprietário, cessionário ou promitente comprador de outro imóvel residencial urbano ou rural, situado no atual local de domicílio, nem onde pretende fixá-lo.

O prazo de pagamento do Vale do Taborda é de 300 meses. Entrada em dinheiro ou FGTS é opcional. O subsídio é para famílias com renda de até 6 salários mínimos.
Condições para a inscrição:
Renda familiar entre R$ 1.350,00 e dez salários mínimos
Não pode ser detentor de financiamento ativo nas condições do SFH
Não pode ter recebido a partir de 1º de maio de 2005, desconto concedido pelo FGTS na concessão de financiamento habitacional
Não ser proprietário, cessionário ou promitente comprador de outro imóvel residencial urbano ou rural

PREFEITURA DE PARNAMIRIM CONVOCA CONCURSADOS

A Prefeitura de Parnamirim começa a convocar, ainda esta semana, os candidatos aprovados no concurso de professor do ensino básico, realizado pela Comperve (Comissão Permanente do Vestibular) no final de junho passado. A autorização para convocar o primeiro grupo de 300 aprovados foi dada nesta quarta-feira (09) prefeito Maurício Marques dos Santos.
Serão convocados 79 professores do ensino infantil; 130 do ensino fundamental de primeiro ciclo e 91 do ensino fundamental de segundo ciclo. Os convocados vão receber comunicado oficial no endereço que consta na ficha de inscrição. Eles terão uma semana para apresentar a documentação e os exames de praxe.

Também passarão pela Junta Médica antes de assinar o contrato de trabalho.

Entre a documentação exigida consta declaração de bens, declaração de acúmulo de cargos públicos. Pela previsão da Secretaria de Administração e dos Recursos Humanos (SEARH), os primeiros contratos deverão ser formalizados antes do final do mês. A dispensa dos estagiários será formalizada na medida em que os aprovados forem assumindo os cargos.


Para o segundo ciclo do ensino fundamental serão chamados 15 professores de Português, 24 de matemática, 6 de História, 8 de Geografia, 5 de Ciências, 11 de Artes, 12 de inglês, 3 de religião e 7 de Educação Física.
A convocação será feita pela ordem de classificação, levando-se em conta também a quota dos candidatos portadores de necessidades especiais.

PARTIDO DE AGRIPINO QUESTIONADO POR SUPOSTO RACISMO

Em carta aberta aos parlamentares do DEM(ex-PFL), a EDUCAFRO, ONG que defende os direitos dos negros, apela para que o referido partido pare de "perseguir" as comunidades negra e indígena.
o EDUCAFRO destaca algumas ações promovidas pelo DEM que demonstrariam o caráter preconceituoso do partido.

O PARTIDO DEM PERSEGUE A COMUNIDADE NEGRA?
I - Introdução
O Brasil tem conseguido grandes avanços a partir do debate sobre a diversidade étnico-racial e a inclusão nas universidades. No entanto, uma ala do partido DEMOCRATAS decidiu dificultar todas as vitórias conquistadas com muito suor pelo povo afro-brasileiro nos últimos anos. Ouvindo o clamor do povo negro, decidimos ajudar no debate: entendemos que em uma sociedade democrática os partidos políticos devem estar em sintonia com as demandas populares em busca de vitórias concretas. 


Nos últimos anos um setor do DEM tem tentado impor a todos os seus membros e simpatizantes uma atitude anti-povo negro. Vejamos alguns exemplos:
2004 – A Executiva Nacional dos Democratas entrou com ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra o ProUni ;
2006 – O DEM entrou com ação no Supremo Tribunal Federal contestando a demarcação contínua da reserva indígena Raposa do Sol;
2008 – A Executiva Nacional do Partido entrou com ação direta de inconstitucionalidade no (STF) contra o Decreto 4.887, que regulamenta as terras quilombolas;
2009 – O Senador Demóstenes Torres (DEM-GO) tem sido uma das vozes mais radicais contra o Estatuto da Igualdade Racial;
2009 - A pedido do Senador Demóstenes Torres (DEM-GO), o DEM entrou com ação no STF contra o sistema de cotas raciais da Universidade de Brasília (UnB);
2009 - Em nome da Executiva Nacional do Partido, o Senador Demóstenes Torres (DEM-GO) entrou com ação no STF contra a constitucionalidade de todas as leis sobre sistemas de cotas raciais aplicadas no país – 



Esta Carta Aberta ao DEM, lançada pela Educafro, visa buscar a superação da visão negativa/reacionária que alguns setores do Partido tem insistido em impor a todos os membros do Partido. Caso esta carta aberta não dê resultados positivos, a Educafro irá compor a articulação nacional contra o DEM. Você, que recebe este e-mail, nos responda dando sua opinião sobre este assunto.
Aguardamos sua resposta no e-mail demnaoecontra@gmail.com.

08/09/2009

No Piauí, Ciro Gomes admite chapa com ministra Dilma Housseff em 2010


Pré-candidato disse que proximidade com Dilma nas pesquisas pode levar a formação de chapa única.



O pré-candidato pelo PSB à presidência da República, Ciro Gomes, ao desembarcar no Piauí, confirmou que irá disputar as eleições e afirmou que há possibilidade de formar uma chapa com a ministra Dilma Housseff, do PT. A possibilidade é reflexo das últimas pesquisas eleitorais que revelam empate técnico entre Dilma e Ciro.

"Tudo é possível (se referindo a chapa Ciro/Dilma). 
O que posso anunciar qual o meu plano que é de servir o povo brasileiro como presidente.

Eu faço política por ideal e não meio de vida. Não vou deixar que o poder volte para os barões, que não se doem com as dores do povo mais pobre", afirmou.


Ciro disse que tudo irá depender das forças políticas e das conversações com aliados e adversários. "Se depender da minha vontade eu serei candidato. Já fui candidato por duas vezes, ministro de estado e há 12 anos caminho pelo Brasil", relatou.

O ex-ministro também elogiou o presidente Lula. Para ele, o governo Lula representa um avanço muito grande em todos os setores da vida nacional. "No Nordeste, 7 em cada 10 trabalhadores ganha salário mínimo. Quando Lula assumiu, o salário mínimo custava U$ 70 e agora é de U$ 220", exemplificou.

Sobre sua candidatura ao governo de São Paulo, Ciro minimizou as expeculações. "As pessoas estão reduzindo esse debate. Eu converso muito com o presidente Lula. Essa semana nós jantamos juntos e ficamos de nove da noite até duas da madrugada. No jantar eu ficava dizendo que ele tinha que trabalhar amanhã. É uma afeição e uma admiração que eu tenho pelo presidente Lula", declarou.



Ciro Gomes também falou sobre a ascenção da ex-ministra Marina Silva como candidata pelo PV à presidência.

"Marina é uma grande amiga. Vai haver alguma mudança no cenário político com a candidatura dela".


Somente a possibilidade de aliança com o candidato tucano Aécio Neves foi descartada por Ciro. "Eu faço política em um arco de aliança e Aécio é um querido amigo, mas faz política controlada pela turma de Fernando Henrique", completou.

Para lembrar o ilariante "Click" de Veríssimo


Luis Fernando Verissimo

Cidadão se descuidou e roubaram seu celular. Como era um executivo e não sabia mais viver sem celular, ficou furioso. Deu parte do roubo, depois teve uma idéia. Ligou para o número do telefone. Atendeu uma mulher.

— Aloa.

— Quem fala?

— Com quem quer falar?

— O dono desse telefone.

— Ele não pode atender.

— Quer chamá-lo, por favor?

— Ele esta no banheiro. Eu posso anotar o recado?

— Bate na porta e chama esse vagabundo agora.

Clic. A mulher desligou. O cidadão controlou-se. Ligou de novo.

— Aloa.

— Escute. Desculpe o jeito que eu falei antes. Eu preciso falar com ele, viu? É urgente.

— Ele já vai sair do banheiro.

— Você é a...

— Uma amiga.

— Como é seu nome?

— Quem quer saber?

O cidadão inventou um nome.

— Taborda. (Por que Taborda, meu Deus?) Sou primo dele.

— Primo do Amleto?

Amleto. O safado já tinha um nome.

— É. De Quaraí.

— Eu não sabia que o Amleto tinha um primo de Quaraí.

— Pois é.

— Carol.

— Hein?

— Meu nome. É Carol.

— Ah. Vocês são...

— Não, não. Nos conhecemos há pouco.

— Escute Carol. Eu trouxe uma encomenda para o Amleto. De Quaraí. Uma pessegada, mas não me lembro do endereço.

— Eu também não sei o endereço dele.

— Mas vocês...

— Nós estamos num motel. Este telefone é celular.

— Ah.

— Vem cá. Como você sabia o número do telefone dele? Ele recém-comprou.

— Ele disse que comprou?

— Por que?

O cidadão não se conteve.

— Porque ele não comprou, não. Ele roubou. Está entendendo? Roubou. De mim!

— Não acredito.

— Ah, não acredita? Então pergunta pra ele. Bate na porta do banheiro e pergunta.

— O Amleto não roubaria um telefone do próprio primo.

E Carol desligou de novo.

O cidadão deixou passar um tempo, enquanto se recuperava. Depois ligou.

— Aloa.

— Carol, é o Tobias.

— Quem?

— O Taborda. Por favor, chame o Amleto.

— Ele continua no banheiro.

— Em que motel vocês estão?

— Por que?

— Carol, você parece ser uma boa moça. Eu sei que você gosta do Amleto...

— Recém nos conhecemos.

— Mas você simpatizou. Estou certo? Você não quer acreditar que ele seja um ladrão. Mas ele é, Carol. Enfrente a realidade. O Amleto pode Ter muitas qualidades, sei lá. Há quanto tempo vocês saem juntos?

— Esta é a primeira vez.

— Vocês nunca tinham se visto antes?

— Já, já. Mas, assim, só conversa.

— E você nem sabe o endereço dele, Carol. Na verdade você não sabe nada sobre ele. Não sabia que ele é de Quaraí.

— Pensei que fosse goiano.

— Ai esta, Carol. Isso diz tudo. Um cara que se faz passar por goiano...

— Não, não. Eu é que pensei.

— Carol, ele ainda está no banheiro?

— Está.

— Então sai daí, Carol. Pegue as suas coisas e saia. Esse negocio pode acabar mal. Você pode ser envolvida. — Saia daí enquanto é tempo, Carol!

— Mas...

— Eu sei. Você não precisa dizer. Eu sei. Você não quer acabar a amizade. Vocês se dão bem, ele é muito legal. Mas ele é um ladrão, Carol. Um bandido. Quem rouba celular é capaz de tudo. Sua vida corre perigo.

— Ele esta saindo do banheiro.

— Corra, Carol! Leve o telefone e corra! Daqui a pouco eu ligo para saber onde você está.

Clic.

Dez minutos depois, o cidadão liga de novo.

— Aloa.

— Carol, onde você está?

— O Amleto está aqui do meu lado e pediu para lhe dizer uma coisa.

— Carol, eu...

— Nós conversamos e ele quer pedir desculpas a você. Diz que vai devolver o telefone, que foi só brincadeira. Jurou que não vai fazer mais isso.

O cidadão engoliu a raiva. Depois de alguns segundos falou:

— Como ele vai devolver o telefone?

— Domingo, no almoço da tia Eloá. Diz que encontra você lá.

— Carol, não...

Mas Carol já tinha desligado.

O cidadão precisou de mais cinco minutos para se recompor. Depois ligou outra vez.

—Aloa.

Pelo ruído o cidadão deduziu que ela estava dentro de um carro em movimento.

— Carol, é o Torquatro.

— Quem?

— Não interessa! Escute aqui. Você está sendo cúmplice de um crime. Esse telefone que você tem na mão, esta me entendendo? Esse telefone que agora tem suas impressões digitais. É meu! Esse salafrário roubou meu celular!

— Mas ele disse que vai devolver na...

— Não existe Tia Eloá nenhuma! Eu não sou primo dele. Nem conheço esse cafajeste. Ele esta mentindo para você, Carol.

— Então você também mentiu!

— Carol...

Clic.

Cinco minutos depois, quando o cidadão se ergueu do chão, onde estivera mordendo o carpete, e ligou de novo, ouviu um "Alô" de homem.

— Amleto?

— Primo! Muito bem. Você conseguiu, viu? A Carol acaba de descer do carro.

— Olha aqui, seu...

— Você já tinha liquidado com o nosso programa no motel, o maior clima e você estragou, e agora acabou com tudo. Ela está desiludida com todos os homens, para sempre. Mandou parar o carro e desceu. Em plena Cavalhada. Parabéns primo. Você venceu. Quer saber como ela era?

— Só quero meu telefone.

— Morena clara. Olhos verdes. Não resistiu ao meu celular. Se não fosse o celular, ela não teria topado o programa. E se não fosse o celular, nós ainda estaríamos no motel. Como é que chama isso mesmo? Ironia do destino?

— Quero meu celular de volta!

— Certo, certo. Seu celular. Você tem que fechar negócios, impressionar clientes, enganar trouxas. Só o que eu queria era a Carol...

— Ladrão

— Executivo

— Devolve meu...

Clic.

Cinco minutos mais tarde. Cidadão liga de novo. Telefone toca várias vezes. Atende uma voz diferente.

— Ahn?

— Quem fala?

— É o Trola.

— Como você conseguiu esse telefone?

— Sei lá. Alguém jogou pela janela de um carro. Quase me acertou.

— Onde você está?

— Como eu estou? Bem, bem. Catando meus papéis, sabe como é. Mas eu já fui de circo. É. Capitão Trovar. Andei até pelo Paraguai.

— Não quero saber de sua vida. Estou pagando uma recompensa por este telefone. Me diga onde você está que eu vou buscar.

— Bem. Fora a Dalvinha, tudo bem. Sabe como é mulher. Quando nos vê por baixo, aproveita. Ontem mesmo...

— Onde você está? Eu quero saber onde!

— Aqui mesmo, embaixo do viaduto. De noitinha. Ela chegou com o índio e o Marvão, os três com a cara cheia, e...

Extraído do livro "As Mentiras que os Homens Contam", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2000, pág. 41.

A vida e a obra de 
Luis Fernando Verissimo estão em "Biografias".

PRA RELEMBRAR O "CLICK" DO VERÍSSIMO

 Luis Fernando Verissimo




Cidadão se descuidou e roubaram seu celular. Como era um executivo e não sabia mais viver sem celular, ficou furioso. Deu parte do roubo, depois teve uma idéia. Ligou para o número do telefone. Atendeu uma mulher.



— Aloa.



— Quem fala?



— Com quem quer falar?



— O dono desse telefone.



— Ele não pode atender.



— Quer chamá-lo, por favor?



— Ele esta no banheiro. Eu posso anotar o recado?



— Bate na porta e chama esse vagabundo agora.



Clic. A mulher desligou. O cidadão controlou-se. Ligou de novo.



— Aloa.



— Escute. Desculpe o jeito que eu falei antes. Eu preciso falar com ele, viu? É urgente.



— Ele já vai sair do banheiro.



— Você é a...



— Uma amiga.



— Como é seu nome?



— Quem quer saber?



O cidadão inventou um nome.



— Taborda. (Por que Taborda, meu Deus?) Sou primo dele.



— Primo do Amleto?



Amleto. O safado já tinha um nome.



— É. De Quaraí.



— Eu não sabia que o Amleto tinha um primo de Quaraí.



— Pois é.



— Carol.



— Hein?



— Meu nome. É Carol.



— Ah. Vocês são...



— Não, não. Nos conhecemos há pouco.



— Escute Carol. Eu trouxe uma encomenda para o Amleto. De Quaraí. Uma pessegada, mas não me lembro do endereço.



— Eu também não sei o endereço dele.



— Mas vocês...



— Nós estamos num motel. Este telefone é celular.



— Ah.



— Vem cá. Como você sabia o número do telefone dele? Ele recém-comprou.



— Ele disse que comprou?



— Por que?



O cidadão não se conteve.



— Porque ele não comprou, não. Ele roubou. Está entendendo? Roubou. De mim!



— Não acredito.



— Ah, não acredita? Então pergunta pra ele. Bate na porta do banheiro e pergunta.



— O Amleto não roubaria um telefone do próprio primo.



E Carol desligou de novo.



O cidadão deixou passar um tempo, enquanto se recuperava. Depois ligou.



— Aloa.



— Carol, é o Tobias.



— Quem?



— O Taborda. Por favor, chame o Amleto.



— Ele continua no banheiro.



— Em que motel vocês estão?



— Por que?



— Carol, você parece ser uma boa moça. Eu sei que você gosta do Amleto...



— Recém nos conhecemos.



— Mas você simpatizou. Estou certo? Você não quer acreditar que ele seja um ladrão. Mas ele é, Carol. Enfrente a realidade. O Amleto pode Ter muitas qualidades, sei lá. Há quanto tempo vocês saem juntos?



— Esta é a primeira vez.



— Vocês nunca tinham se visto antes?



— Já, já. Mas, assim, só conversa.



— E você nem sabe o endereço dele, Carol. Na verdade você não sabe nada sobre ele. Não sabia que ele é de Quaraí.



— Pensei que fosse goiano.



— Ai esta, Carol. Isso diz tudo. Um cara que se faz passar por goiano...



— Não, não. Eu é que pensei.



— Carol, ele ainda está no banheiro?



— Está.



— Então sai daí, Carol. Pegue as suas coisas e saia. Esse negocio pode acabar mal. Você pode ser envolvida. — Saia daí enquanto é tempo, Carol!



— Mas...



— Eu sei. Você não precisa dizer. Eu sei. Você não quer acabar a amizade. Vocês se dão bem, ele é muito legal. Mas ele é um ladrão, Carol. Um bandido. Quem rouba celular é capaz de tudo. Sua vida corre perigo.



— Ele esta saindo do banheiro.



— Corra, Carol! Leve o telefone e corra! Daqui a pouco eu ligo para saber onde você está.



Clic.



Dez minutos depois, o cidadão liga de novo.



— Aloa.



— Carol, onde você está?



— O Amleto está aqui do meu lado e pediu para lhe dizer uma coisa.



— Carol, eu...



— Nós conversamos e ele quer pedir desculpas a você. Diz que vai devolver o telefone, que foi só brincadeira. Jurou que não vai fazer mais isso.



O cidadão engoliu a raiva. Depois de alguns segundos falou:



— Como ele vai devolver o telefone?



— Domingo, no almoço da tia Eloá. Diz que encontra você lá.



— Carol, não...



Mas Carol já tinha desligado.



O cidadão precisou de mais cinco minutos para se recompor. Depois ligou outra vez.



—Aloa.



Pelo ruído o cidadão deduziu que ela estava dentro de um carro em movimento.



— Carol, é o Torquatro.



— Quem?



— Não interessa! Escute aqui. Você está sendo cúmplice de um crime. Esse telefone que você tem na mão, esta me entendendo? Esse telefone que agora tem suas impressões digitais. É meu! Esse salafrário roubou meu celular!



— Mas ele disse que vai devolver na...



— Não existe Tia Eloá nenhuma! Eu não sou primo dele. Nem conheço esse cafajeste. Ele esta mentindo para você, Carol.



— Então você também mentiu!



— Carol...



Clic.



Cinco minutos depois, quando o cidadão se ergueu do chão, onde estivera mordendo o carpete, e ligou de novo, ouviu um "Alô" de homem.



— Amleto?



— Primo! Muito bem. Você conseguiu, viu? A Carol acaba de descer do carro.



— Olha aqui, seu...



— Você já tinha liquidado com o nosso programa no motel, o maior clima e você estragou, e agora acabou com tudo. Ela está desiludida com todos os homens, para sempre. Mandou parar o carro e desceu. Em plena Cavalhada. Parabéns primo. Você venceu. Quer saber como ela era?



— Só quero meu telefone.



— Morena clara. Olhos verdes. Não resistiu ao meu celular. Se não fosse o celular, ela não teria topado o programa. E se não fosse o celular, nós ainda estaríamos no motel. Como é que chama isso mesmo? Ironia do destino?



— Quero meu celular de volta!



— Certo, certo. Seu celular. Você tem que fechar negócios, impressionar clientes, enganar trouxas. Só o que eu queria era a Carol...



— Ladrão



— Executivo



— Devolve meu...



Clic.



Cinco minutos mais tarde. Cidadão liga de novo. Telefone toca várias vezes. Atende uma voz diferente.



— Ahn?



— Quem fala?



— É o Trola.



— Como você conseguiu esse telefone?



— Sei lá. Alguém jogou pela janela de um carro. Quase me acertou.



— Onde você está?



— Como eu estou? Bem, bem. Catando meus papéis, sabe como é. Mas eu já fui de circo. É. Capitão Trovar. Andei até pelo Paraguai.



— Não quero saber de sua vida. Estou pagando uma recompensa por este telefone. Me diga onde você está que eu vou buscar.



— Bem. Fora a Dalvinha, tudo bem. Sabe como é mulher. Quando nos vê por baixo, aproveita. Ontem mesmo...



— Onde você está? Eu quero saber onde!



— Aqui mesmo, embaixo do viaduto. De noitinha. Ela chegou com o índio e o Marvão, os três com a cara cheia, e...



Extraído do livro "As Mentiras que os Homens Contam", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2000, pág. 41.



A vida e a obra de Luis Fernando Verissimo estão em "Biografias

07/09/2009

JORNALISTA DIZ QUE DISCURSO DE LULA SOBRE PRÉ-SAL É SUA "CARTA - TESTAMENTO"

Em 2004, tive a honra de fazer - em parceria com o brilhante editor Luís Cosme - uma série de reportagens sobre os 50 anos da morte de Getúlio Vargas. Não foi fácil. Eu trabalhava na TV Globo. Em São Paulo ainda por cima. Vargas não tem, propriamente, muitos fãs na emissora da família Marinho. E muito menos em São Paulo.

Apresentei o projeto de 5 matérias especiais para aquele que já foi o mais importante telejornal do país (atenção, copyright Marco Aurélio - http://maureliomello.blogspot.com/). A resposta foi: "esse é um tema muito pesado, não interessa ao jornal".

Não desisti. Mostrei o projeto a meu amigo Luís Cosme, que era editor do telejornal noturno da emissora. Ele comprou a idéia, e convenceu a Ana Paula Padrão - editora-chefe e apresentadora. Ela bancou, mas fez um pedido: em vez de cinco matérias, faríamos três. Já era uma vitória.
Lembro bem que Cosme chegou a me dizer: "Rodrigo, será uma chance histórica, sabe quem vamos ouvir? Leonel Brizola; ele vai falar na Globo sobre o velho Getúlio". Eu não acreditei: "mas, Cosme, Brizola na Globo? A direção não vai deixar". E o Cosme: "bom, isso é com eles; vamos deixar pra eles, pelo menos, o constrangimento de dizer não".

A história se encarregou de resolver o dilema. Brizola morreu no fim de junho de 2004, pouco antes de a série começar a ser gravada.

A primeira reportagem está aqui -

Durante a apuração das reportagens, conversei com historiadores que me ensinaram: "há sérias dúvidas de que a Carta-Testamento de Vargas tenha mesmo sido escrita por Vargas". Mais provável, dizem os estudiosos, é que assessores de Vargas tenham redigido o texto a partir de anotações deixadas pelo presidente que cometera o suicídio.

Pouco importa. Para a história, a Carta-Testamento é a carta de Vargas. Um documento sensacional. Dizem que os irmãos Fidel e Raul Castro liam a Carta-Testamento, quando estavam exilados, preparando-se para voltar a Cuba e inciar a guerrilha. Era um documento a mostrar tamanho do desafio de quem luta pela independência da América Latina.

Penso em tudo isso, ao reler o discurso de Lula no lançamento do pré-sal.
O discurso de Lula é, para mim, tão importante quanto a carta de Vargas. Pelo que diz, pelo que indica, e pelo acerto de contas com a história recente de nosso país.

Vejam só esse trecho:

"Rendo homenagem muito especial, por fim, a todos os que defenderam a Petrobras quando ela foi atacada ao longo de sua história – e ainda hoje – e aos funcionários e petroleiros que se mantiveram de pé quando a empresa passou a ser tratada como uma herança maldita do período jurássico. Benditos amigos e companheiros do dinossauro, que sobreviveu à extinção, deu a volta por cima, mostrou o seu valor. E descobriu o pré-sal – patrimônio da União, riqueza do Brasil e passaporte para o nosso futuro.

Olho para trás e vejo que há algo em comum em todos esses momentos, algo que unifica e dá sentido a essa caminhada, algo que nos trouxe até aqui e ao dia de hoje: é, sinceramente, a capacidade do povo brasileiro de acreditar em si mesmo e no nosso país. Foi em meio à descrença de tantos que querem falar em seu nome... O povo – principalmente ao povo – devemos esse momento atual.

É como se houvesse uma mão invisível – não a do mercado, da qual já falaram tanto, mas outra, bem mais sábia e permanente, a mão do povo – tecendo nosso destino e construindo nosso futuro."

O discurso do pré-sal é a carta-testamento de Lula.

Um testamento escrito em vida.

Lula não precisou dar um tiro no peito para entrar na história.

RODRIGO VIANA-REPÓRTER

03/09/2009

Em Brasília, prefeito Maurício Marques assina convênio para o esgotamento sanitário de Parnamirim

O prefeito Maurício Marques dos Santos assinou nesta quarta-feira (2) protocolo de intenções assegurando uma verba complementar no valor de R$ 41 milhões para as obras de esgotamento sanitário.

Com isso está garantida a coleta de dejetos através da rede de esgotos em 100% dos domicílios da cidade.

O protocolo foi assinado pelo prefeito e pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes, durante a solenidade de anúncio da liberação de recursos para novos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Itamaraty, em Brasília. A deputada federal Fátima Bezerra esteve presente à solenidade.

“Os recursos são uma garantia de que a obra será realizada. Mas iniciamos os entendimentos com a bancada potiguar para que esses recursos sejam consignados no Orçamento Geral da União”, disse o prefeito Maurício Marques.

O esgotamento sanitário de Parnamirim será executado em três etapas. A primeira foi em 2008, em toda a área do bairro Liberdade. As duas restantes – Centro e Nova Parnamirim – aguardam o cumprimento de exigências burocráticas e ambientais para ser iniciadas.

Com mais de 180 mil habitantes e aproximadamente 60 mil imóveis, Parnamirim tem uma área restrita de esgotos. De acordo com o IBGE, 98% dos dejetos são despejados em fossas e se infiltram no lençol freático.